Com grande público e pautas sobre vários assuntos pertinentes ao mercado florestal, o Congresso do Pinus Sul Brasil e TechForestry – 3ª Feira de Tecnologia para Indústria da Madeira e Floresta trouxe, nos três dias de evento, a discussão sobre a importância de um debate sobre a oferta e disponibilidade de madeira, principalmente de Pinus spp., na região serrana de Santa Catarina.
Um dos destaques da feira foi a questão dos dados florestais sendo cada vez mais usados, seja em empresas e corporações do setor, mas também pelo poder público.
A utilização de dados florestais, de forma massiva e recorrente, é uma das frentes de atuação da Quiron Digital, auxiliando gestores florestais a superarem desafios do setor com monitoramento remoto de qualquer floresta do mundo.
A partir de dados obtidos por meio de satélites e nanossatélites, combinados a recursos de inteligência artificial e aprendizado de máquina (machine learning), a Quiron oferece aos seus clientes insights únicos para mitigar ameaças em florestas pelo mundo.
O time Quiron esteve presente com cinco representantes no evento, entre eles o prof. Marcos Schimalski. Também um dos sócios da empresa, o professor, que é doutor em Ciências Geodésicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e dá aulas no CAV/UDESC nos cursos de Engenharia Florestal (graduação e pós-graduação), apresentou palestra sobre “Uso de Tecnologia no Plantio e Desenvolvimento Florestal”.
O conteúdo apresentado expôs os avanços nos programas de GIS e ArcGIS, além de sensores e sistemas de varredura, como o Radio Detection and Ranging (RADAR) e Light Detection and Ranging (LiDAR), todos eles processando imagens hiperespectrais (imagens que contêm detalhes sobre a distribuição da energia eletromagnética – luz – de um objeto de acordo com diferentes comprimentos de onda) e de satélites.
“Sempre é bom participar do evento e discutir os assuntos e questões que trabalhamos com público qualificado, que conhece a realidade do setor” lembrou Schimalski, que também pesquisa nas áreas de ALS & TLS, UAV Image processing, Digital Photogrammetry no departamento de Engenharia Florestal do CAV.
OBJETIVO DO EVENTO PLENAMENTE ATENDIDO
Na opinião de Clóvis Rech, da Phortus Eventos, um dos promotores do Congresso, a iniciativa superou as expectativas e deve se formar como um evento recorrente na cidade, por conta da alta demanda de produtos florestais na região.
“O objetivo do evento foi plenamente atingido. Conseguimos colocar como pauta de debate principal e discutir, entre outras coisas, a probabilidade de retração na oferta futura de madeira, principalmente de grandes toras. Trouxemos esse debate para o poder público talvez criar ações mais fortes para essa área”, lembra.
Segundo Rech, os números oferecem uma visão mais consolidada sobre como será o futuro do setor.
“Alguns números apontaram que nós já estamos tendo mais consumo do que plantio. Assim, tudo indica que teremos uma redução da nossa oferta de base florestal em 2030 ou 2040, e o setor não pode apenas ficar nas mãos dos grandes conglomerados. O evento oferece uma luz amarela que se acende, e que nos permite fazer com que órgãos do governo, entidades, associações e as próprias empresas se movimentem na discussão desses assuntos. A expectativa do evento é de que ele se fixe por aqui. Queremos fazer ele anualmente. A cidade é um polo. Num raio de 100 km, há volume de cerca de 1.000 a 1.100 carretas de toras sendo movimentadas, com viés de alta. Há um espaço gigante para crescer, mas temos que mexer agora porque ainda dá tempo de fazermos algumas ações positivas”, reconhece Rech.