Cicatrizes que se perduram no tempo, fogo, devastação e uma série de problemas relacionados à seca extrema e morte de animais, além da destruição de plantações e do bioma. Estas são apenas algumas das consequências devastadoras que incêndios têm causado pelo Brasil, apenas nas últimas semanas.
Dados do Instituto Brasileiro de Pesquisas Espaciais (INPE), compilados pelo site BDQueimadas – plataforma digital para monitoramento e alerta de fogo na vegetação no Cerrado brasileiro – revelam o tamanho da devastação. Foram quase 120 mil casos de focos ativos no Brasil, apenas até o mês de agosto/2024. O número compila dados de todos os tipos de Biomas. Apenas no mês de agosto deste ano foi registrado metade dos casos.
No Pantanal, o número de focos detectados pelos satélites de referência do BDQueimadas indicou um aumento de 2.141% quando comparado com o ano passado.
“Nos últimos anos há um aumento das ocorrências de incêndios florestais, bem como da intensidade e danos provocados, em decorrência do aumento dos períodos de seca”. A afirmação é de um dos maiores nomes do setor florestal, José Totti, com mais de 40 anos de experiência em grandes empresas do setor. Totti é desde 2023 um dos consultores da Quiron Digital.
“Estive no Pantanal do Mato Grosso do Sul há poucos dias, justamente no período em que havia uma altíssima incidência de fogo e fiquei muito impactado com a intensidade do dano e o baixo preparo das fazendas e do serviço público para enfrentar esta situação. No caso do Pantanal no estado, que tem por volta de 9 milhões de hectares, foram queimados cerca de 1,5 milhão de hectares”, lembra.
Totti recorda-se ainda de ver animais afetados pelos incêndios, além da devastação causada pelo fogo. “Tive a oportunidade de localizar uma onça pintada com as patas queimadas e solicitar ajuda do Ibama para resgatá-la. Não consigo nem imaginar a quantidade de animais carbonizados e feridos nos incêndios deste ano e como o Pantanal irá se recuperar desta tragédia”, lamenta.
Os casos acontecidos no Mato Grosso do Sul e São Paulo, nos últimos dias, levantam ainda a possibilidade de alguns casos de incêndio serem criminosos, e não acidentais. No estado de São Paulo, segundo dados da Agência Brasil, as queimadas já levaram à perda de 5 milhões de toneladas de cana e 60 mil hectares de produção, afirmou a associação patronal Novacana. O governo do estado estima prejuízos de até R$ 1 bilhão.
Flareless é uma ferramenta fundamental
José Totti lembra o quanto é importante a prevenção dos desastres, e que há alternativas para mitigar as chances de ocorrências severas.
“Uma das alternativas é reduzir o material combustível nos locais de maior risco. Isso só é possível se houver um bom sistema de predição de risco. Para a redução de danos causados pelos incêndios florestais, a detecção rápida e a prontidão da ação de combate são elementos fundamentais. Sistemas de predição georreferenciados, estrutura de combate bem posicionada para rápido combate, com orientação vinda de sistemas de predição, como o Flareless, são fundamentais para segurança dos ativos florestais e da biodiversidade, que são colocados em risco pelos incêndios florestais, além dos riscos à vida dos brigadistas e das populações afetadas”, diz.
A solução Flareless, da Quiron, utiliza um índice proprietário que estima antecipadamente a probabilidade de perigo e severidade de um incêndio ocorrer em uma determinada área florestal, contando ainda com atualização diária com 10 dias de antecedência e alta resolução, oportunizando um direcionamento para identificação e mitigação perigos florestais, reduzindo a probabilidade de dano.
Na opinião de Totti, o Flareless oferece uma solução muito valiosa para se ganhar agilidade no enfrentamento do problema, antes mesmo que ele ocorra.
“Este ano os incêndios estão batendo todos os recordes aqui no Brasil. Isto acontece pela forte seca que enfrentamos em algumas regiões como o Pantanal e a Amazônia. Além de planos de prevenção e recursos de combate, hoje temos a possibilidade de identificar previamente os locais de maior risco, com sistemas de predição como o Flareless e atuarmos preventivamente, reduzindo o material combustível e distribuindo os recursos de combate próximos aos locais de maior risco”, finaliza.
Conheça mais sobre José Totti
Com mais de 14 anos como diretor florestal em uma das maiores empresas brasileiras – a Klabin -, José Totti acumula histórico de participação, liderança, engajamento e uma ampla visão do potencial de negócios em projetos inovadores no setor. Há alguns anos investe em startups. “Sou um sujeito de sorte. Investi em dois negócios inovadores e um deles deu certo – o que não é normal. 50% deve ser celebrado”, comemora ele. Com mais de 40 anos de experiência no setor florestal, o engenheiro florestal começou carreira em Caxias do Sul (RS). Após se mudar para Guaíba (RS), acumulou funções tanto na Riocell (hoje CMPC) como em Salvador (BA), na Bacell (hoje Bracell), além de estados como Paraná, Santa Catarina e São Paulo, onde ficou até o final de 2022, trabalhando na Klabin. Aposentado das funções, Totti agora encara um novo desafio: ser um dos mentores da Quiron Digital, a empresa de data forest que busca ser uma das líderes no setor de dados florestais a partir de imagens de satélite.